quarta-feira

O NOVO POVO DE DEUS


Abordando os conceitos teológicos de sua teologia do novo testamento, Joaquim Jeremias no capitulo cinco faz suas abordagem através do Jesus histórico, utilizando das tradições judaicas para elaborar os seus conceitos: da comunidade da salvação da forma que ela é criada; a terminologia da palavra eκκλησία (igreja) que jesus vei formar; a filiação, como o homem se torna filho de Deus, e o novo jeito de orar, que é indispensável para um relacionamento com Deus. vejamos:


REUNINDO A COMUNIDADE DA SALVAÇÃO

A  multidão dos que se abrem ao evangelho reúne-se ao redor de Jesus como que em circulo concêntricos, onde Ele entra em sena, deixa seguidores atrás de si, os quais, como suas famílias, ficam aguardando o reinado de Deus e acolhem a Jesus e aos seus enviados.
Segundo Jeremias a maneira que Jesus reuniu a comunidade da salvação deu inicio através das multidões que o seguia e dos seus enviados que se encontram por todo pais, sendo que o  núcleo central é constituído pelos doze mensageiros que Jesus envia. Assim nasce em meio a esse mundo a comunidade dos que pertencem ao reinado de Deus. Mas Jeremias faz a pergunta: é certo que Jesus teve a intenção de fundar uma igreja própria?

 A TERMINOLOGIA 

A duvida nasce do estranho fato de que nos evangelhos a palavra eκκλησία [ igreja] só aparece em duas passagens. Ambas acham-se em Mateus e, alem disso, as duas tem sentido diversos: Joaquim Jeremias através da terminologia apresenta duas forma de igreja referidas nos evangelhos. A dois sentidos nas referidas igrejas: MT 16:18 tem em mente a igreja como um todo . refere-se não a uma instituição mas a todos aqueles que recebem a Jesus como salvador, onde a comunidade se torna igreja edificada sobre o fundamento que é Jesus. Em MT 18:17 refere-se a igreja particular que é cada individuo da comunidade. Nessas duas passagens  do evangelho de Mateus temos a linguagem  da igreja das origens como já  foi esplanada acima.

Mas Jeremias faz referencias do caráter duvidoso dos documentos que excluem a possibilidade de Jesus reunir uma igreja institucional. Segundo Jeremias, pesquisa  mas antiga apontou fenômeno de que Jesus esperava o fim para dentro de bem pouco tempo. Sendo assim Ele não podia ter pensado em fundar uma igreja.  Podemos observar que Eclésia é uma palavra latina, que quer dizer “igreja”. Eclésia em grego: era a principal assembléia popular da democracia ateniense na Grécia antiga, então seria um anacronismo querermos atribuir a Jesus a intenção de fundar uma ekklesia e assim desconheceria o sentido da mesma.

A FILIAÇÃO

Sempre que as pessoas são convencidas pela boa-nova e aderem ao novo povo de Deus passam do mundo da morte para o mundo da vida. Essa mudança ocorre quando a pessoa no ato de fé crê na mensagem de Deus e recebe a Jesus a quem foi incumbido de salvar o homem da morte eterna, passando a fazer parte do reinado de Deus: quer dizer uma vida nova começa e consiste em um novo relacionamento de filho de Deus. Nessa nova relação da paternidade só há na esfera da Basiléia (reino). Se Deus é pai então os discípulos são os seus filhos, pois a filiação é a característica da Basiléia.

O NOVO JEITO DE ORAR

Os filhos falam com o pai. O reino de Deus é impensável sem a oração. Como tudo se torna novo na Basiléia, surge nela também um novo jeito de orar. Na oração , manifesta-se a pertença à Basiléia. Não só isso: nesse novo jeito de orar, suas energias já agora passam a fazer parte da vida dos discípulos. Jesus como judeu praticava  uma ordem fixa de oração estabelecida pelo judaísmo, que tinha a pratica de orar três vezes ao dia, começando com um olhar voltado para Deus ao nascer do sol e ao por do sol, antes das rei feições  fazia louvação e a pós se fazia orações de agradecimento, recitavam o credo(o shemá), orava a tefillah com a benção do sacerdote.

Segundo Jeremias  Jesus não se deu por satisfeito com a sucessão litúrgica, Ele com um novo modo de orar rompe com o costume piedoso passando a noite em oração a Deus, ensina a seus discípulos a orar em oculto, a oração intercessoria pelos inimigos  e para que a oração seja ouvida é necessário perdoar a injustiça sofrida. Assim Jesus retira a oração do espaço litúrgico da lingua sacra e a coloca em meio a vida, em meio ao dia-a-dia. Jesus foi o modelo no novo modo de orar com a oração sacerdotal, a intercessão em favor de Pedro, pelas crianças com a imposição de mãos abençoando-as, e por fim  todas orações que ele fez, a da cruz foi o maior exemplo de oração a intercessão pelos que o crucificaram.

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